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Transtorno de Estresse Pós-traumático (TEPT).


TEPT começou a ser descrito através de estudos envolvendo veteranos de guerra nos Estados Unidos (BOLSONI-SILVA e GARCIA, 2015). Estima-se que 60% a 90% das pessoas passarão por algum evento traumático ao longo de suas vidas (BRESLAU, KESSLER, CHILCOAT, SCHULTZ, DAVIS, ANDRESKI, 1998 apud MELLO, KRISTENSEN, SCHAEFER, 2011, p. 303).


Entretanto, a prevalência de Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT) tem sido apontada em torno de 6, 8% na população geral (KESSLER, BERGLUND, DERNIER, JIN, MERIKANGAS et al., 2005 apud MELLO, KRISTENSEN, SCHAEFER, 2011, p. 303), sendo considerado o quinto transtorno mental mais comum (KESSLER, CHIU, DERNIER et al., 2005 apud MELLO, KRISTENSEN, SCHAEFER, 2011, p. 303).


Os fatores determinantes para causar tal afecção, por exemplo, podem surgir de experiências relacionadas à guerra, acidentes e abusos sexuais (BORGES; DELL’AGLIO, 2008 apud BEDIM, BORGES, CERQUEIRA, 2019, p. 88).


Conforme Emygdio et al. (2017 apud BEDIM, BORGES, CERQUEIRA, 2019, p. 88), TEPT se enquadra como um transtorno da ansiedade determinado por uma agregação de sintomas e sinais físicos, psíquicos e emocionais que ocorrem após a pessoa ter presenciado algum acontecimento violento ou traumático contra a própria vida ou de terceiros.


Quando esse é recordado novamente, o indivíduo interpreta como se estivesse revivendo o episódio. Essa recordação é conhecida como revivescência e é responsável por gerar alterações mentais e neurofisiológicas (EMYGDIO et al., 2017 apud BEDIM, BORGES, CERQUEIRA, 2019, p. 88).


De acordo com Caminha (2004, p. 268), obviamente que muitas pessoas passam por situações traumáticas e não desenvolvem TEPT, entretanto, é normal que qualquer pessoa exposta a um evento muito estressante desenvolva respostas características do transtorno de estresse agudo.


Por exemplo, dormir mal a noite após um grave acidente, sonhar com o fato, ter intrusão de memórias involuntárias. Porém, se essas manifestações se mantiverem, passadas quatro semanas, podemos considerar que está se encaminhando uma situação de TEPT (CAMINHA, 2004, p. 268).


Normalmente a curva é descendente no que tange a manifestações de estresse. À medida que o tempo passa, os sintomas tendem a diminuir, entretanto, se persistirem ou se agravarem, estamos diante de um quadro de TEPT (CAMINHA, 2004, p. 268).


Entre os diferentes quadros de ansiedade que se apresentam como estados pós-traumáticos é importante diferenciarmos o TEPT do Transtorno de Estresse Agudo (MELLO, KRISTENSEN, SCHAEFER, 2011, p. 305). Baseando-se no DSM-IV, Caminha (2004) descreve conforme abaixo.


AGUDO: se a duração dos sintomas é inferior a três meses.


CRÓNICO: se a duração dos sintomas é superior a três meses.


COM INÍCIO TARDIO: se o inicio dos sintomas ocorre pelo menos seis meses após o estressor.



Características diagnósticas de TEPT do DSM-V (2014) de modo resumido.


Pessoas com TEPT podem irritar-se facilmente; podem mostrar-se bastante reativas a estímulos inesperados e hipervigilância. Dificuldades de concentração, incluindo dificuldade para lembrar-se de eventos diários, ou participar de tarefas que exigem concentração são comumente relatadas.


Em alguns indivíduos, sintomas de revivência do medo, emocionais e comportamentais podem predominar. Em outros, estados de humor anedônicos ou disfóricos e cognições negativas podem ser mais perturbadores.


Um sintoma comum de revivência são sonhos angustiantes que repetem o evento em si ou são representativos ou relacionados tematicamente às ameaças principais envolvidas no evento traumático.


A pessoa pode sofrer estados dissociativos que duram desde alguns segundos até várias horas ou até mesmo dias, durante os quais aspectos do evento são revividos e a pessoa se comporta como se o evento estivesse ocorrendo naquele momento.


Esses episódios, conhecidos como flashbacks, são geralmente breves, mas podem estar associados a sofrimento prolongado e excitação elevada.


Frequentemente ocorre sofrimento psicológico intenso ou reatividade fisiológica quando o indivíduo é exposto a eventos precipitadores que se assemelham a ou simbolizam algum aspecto do evento traumático (p. ex., dias ventosos depois de um furacão; ver alguém parecido com criminoso do qual foi vítima). Estímulos associados ao trauma podem ser evitados de maneira persistente.


Alterações negativas em cognições ou no humor associadas ao evento surgem ou pioram depois da exposição a ele. Essas alterações negativas podem assumir várias formas, incluindo incapacidade de recordar algum aspecto importante do evento traumático; esse tipo de amnésia deve-se essencialmente a amnésia dissociativa.


Pessoas com TEPT podem adotar comportamento imprudente ou autodestrutivo, como direção perigosa, uso excessivo de álcool ou drogas.



Tratamento


O tratamento de TEPT é composto por farmacoterapia sob a indicação do médico psiquiatra e psicoterapia com o psicólogo.



Abaixo, vídeo explicativo sobre TEPT.






Referências bibliográficas



American Psychiatric Association. (2014). Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais: DSM-5 [Recurso eletrônico]. (5a ed.; M. I. C. Nascimento, Trad.). Porto Alegre, RS: Artmed.


BEDIM, D. T. N.; BORGES, T. F.; CERQUEIRA, N. F. Transtornos do Estresse Pós-Traumático. In: SAMPAIO, J. C. et al. (Org.). Principais transtornos psíquicos na contemporaneidade. Campos dos Goytacazes, RJ: Brasil Multicultural, 2019.


CAMINHA, R. M. Transtornos do Estresse Pós-Traumático. In: KNAPP, P. (Org.). Terapia cognitivo-comportamental na prática psiquiátrica. Porto Alegre: Artmed. 2004.


MELLO, P. G.; KRISTENSEN, C. H.; SCHAEFER, L. S. Modelo cognitivo-comportamental do transtorno de estresse pós-traumático. In: Andretta, L.; Oliveira, M. S. (Org.). Manual prático de terapia cognitivo-comportamental. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2011.



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