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Perspectiva de Maslow sobre motivação.




Diferentes perspectivas psicológicas explicam a motivação de variadas maneiras. A perspectiva humanista enfatiza a capacidade de crescimento pessoal, liberdade de decidir seu destino e qualidades positivas (SANTROCK, 2010, p. 452).

O modelo humanista de Maslow situa necessidades motivacionais em uma hierarquia. A pirâmide acima representa esse modelo com as necessidades mais básicas na base e as necessidades de nível superior no topo. Para ativar uma necessidade específica de ordem superior, guiando assim o comportamento, uma pessoa primeiro precisa atender às necessidades mais básicas da hierarquia (FELDMAN, 2015, p. 293).

As necessidades básicas são impulsos primários: água, alimento, sono, etc. Para prosseguir hierarquicamente, antes a pessoa tem que atender a essas necessidades fisiológicas básicas (FELDMAN, 2015, p. 293).

As necessidades de segurança são as que compreendem o senso de estabilidade e proteção contra danos físicos e emocionais. Também há outras expressões das necessidades de segurança como a garantia de qualidade de vida, representadas, por exemplo, no desejo de investir e ter plano de saúde (SEIXAS, 2011).


Maslow (1970 apud FELDMAN, 2015, p. 293) sugere que as pessoas precisam de um ambiente seguro para funcionar efetivamente. As necessidades fisiológicas e de segurança compõem as necessidades de ordem inferior.


Segundo Maslow (1970 apud FELDMAN, 2015, p. 293), somente depois de atender às necessidades básicas de ordem inferior é que uma pessoa pode considerar a satisfação das necessidades de ordem superior, tais como amor e um sentimento de pertencimento, estima e autorrealização. As necessidades de amor e de pertencimento incluem as necessidades de receber e dar afeição e de ser um membro contribuinte de algum grupo ou sociedade.

Conforme Maslow (2003, p. 259 apud SEIXAS, 2011), as necessidades sociais são às relacionadas ao afeto, como amor, proximidade, companheirismo, relacionamentos, interação social. Só irão emergir "se ambas as necessidades fisiológicas e de segurança estiverem satisfatoriamente preenchidas".

Depois de atender as necessidades supracitadas, uma pessoa empenha-se pela estima (MASLOW, 1970 apud FELDMAN, 2015, p. 293). As necessidades de estima são as que envolvem: autorrespeito, amor próprio, autonomia, respeito, reconhecimento, reputação, prestígio, atenção, conquistas e confiança. A satisfação de autoestima conduz "a sentimentos de autoconfiança, valor, força, capacidade e adequação de ser útil e necessário para o mundo" (MASLOW, 2003, p. 260 apud SEIXAS, 2011).

De acordo com Maslow (1970 apud FELDMAN, 2015, p. 293), quando esses quatro conjuntos de necessidades estão satisfeitos (o que não é uma tarefa fácil) uma pessoa é capaz de se empenhar quanto à necessidade de nível mais alto, a autorrealização. Autorrealização é um estado de satisfação no qual as pessoas realizam seu mais alto potencial da maneira que lhes é peculiar.


Conforme Hall, Lindzey e Campbell (2000, p. 359), Maslow reconhecia o relacionamento de seu conceito de autorrealização com outros constructos, como arquétipos de self de Jung e a tendência realizadora de Rogers. Para Maslow, autorrealização representa um crescimento intrínseco daquilo que já está no ser humano.


Feldman (2015, p. 293) pergunta: você concorda que as necessidades de ordem inferior precisam ser satisfeitas antes das necessidades de ordem superior? Os ermitões e monges que tentam atender às necessidades espirituais enquanto negam necessidades físicas básicas contradizem a hierarquia de Maslow?


A hierarquia das necessidades de Maslow também gerou outras abordagens da motivação. Por exemplo, Deci e Ryan (2008 apud FELDMAN, 2015, p. 294) consideraram as necessidades humanas em termos de bem-estar psicológico. Eles sugerem em sua teoria da autodeterminação que as pessoas têm três necessidades básicas: competência, autonomia e vínculo.


Alderfer desenvolveu a teoria ERG baseado na hierarquia das necessidades de Maslow. Na teoria ERG há três grupos de necessidades: existência, relacionamento e crescimento (ROBBINS 2005, p. 136 apud SANTOS, 2014). A abordagem de Alderfer critica a teoria de Maslow, argumentando que uma necessidade não precisa obedecer a uma escala rígida na hierarquia das necessidades, pois, de acordo com a teoria ERG, nem sempre existirá uma só necessidade (SANTOS, 2014).

Segundo Robbins (2005, p.137 apud SANTOS, 2014), essa teoria "é mais coerente com nosso conhecimento das diferenças entre os indivíduos". Sendo assim, cada cultura, família e educação possuem variáveis e valores diferenciados, e os indivíduos classificarão suas necessidades, identificando-se conforme sua cultura.



Referencias


FELDMAN, Robert S. Introdução à Psicologia. Tradução: Daniel Bueno e Sandra Maria Mallmann da Rosa. 10. ed. Porto Alegre: AMGH, 2015.


HALL, Calvin S.; LINDZEY, Gardner; CAMPBELL, John B. Teorias da personalidade. Tradução: Maria Adriana Veríssimo Veronese. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.


SANTOS, C. S. Introdução à gestão pública. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2014.


SANTROCK, John W. Psicologia educacional. Trad. Denise D., Mônica R. e Taís S. M. G. Porto Alegre: AMGH, 2010.


SEIXAS, R. N. S. Motivação para ensinar: um estudo da origem motivacional do professor do ensino básico da rede pública estadual, em Salvador (BA. 2011. Apresentação de Trabalho/Comunicação).


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